Máquina da Preguiça®
O texto é uma máquina preguiçosa [Umberto Eco]
III A minha pátria pode um dia não ser a língua portuguesa
Adivinhe se for capaz. Aceita o desafio? Então lá vai...
Qual é coisa qual é ela que o Presidente [o da República] deixou transparecer, na Feira do Livro de Díli, que tem dificuldade em usar, mantendo em casa o que aprendeu na escola?
Em relação ao qual, a maioria está em desacordo. Os especialistas, uns não veêm necessidade e outros têm ideias próprias [e diferentes] sobre o assunto. Os países não implementam. Os escritores não utilizam. Os críticos não levam a sério. Os comentadores desaconselham. Os jornalistas usam o antigo [por aqui também, ainda, se faz o mesmo]. Os ganhos não são evidentes. As vantagens passam despercebidas. Sobre que se diz que certa unificação apregoada não passa de uma ilusão.
Tendo regras, excepções (muitas), duplas grafias e acentuações, supressões de acentos gráficos implicando, também, com a hifenização e o uso de maiúsculas e minúsculas?
Por via de quem “semi-recta” passa a “semirreta”, “bóia” fica a ser “boia”, “Egito” deixa de ser “Egipto”, “excepcional” já é só “excecional”, “Verão” baixou a “verão”, ao “adjectivo” basta ser “adjetivo”, o mesmo se passando com a anterior “perspectiva” que se fica por “perspetiva”?
Já conseguiu? Ou precisa de mais pistas?
Sim, trata-se do acordo ortográfico. Não vale a pena chorar pelo antigamente. Já adoptou? Perdão… adotou?
Dificuldades?
Vá, então esse optimismo?
Raios! Otimismo.