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III Alguns diferentes para não sermos todos iguais

Quarta-feira, 25.07.12

"Ele sempre foi diferente", "Estás diferente", "Ainda bem que não és igual aos outros", comenta-se.

Em relação às diferenças podemos ultrapassá-las ou aprender a viver com elas, mas certo é que elas separam. Partem e repartem e não se percebe se ficam com a melhor parte.

   É-se diferente quando se sai do normal. Se dá guia de marcha ao banal. Se manda à fava o usual. Alinha na contra-corrente.

   No entanto, há quem faça por ser diferente e quem o seja. É a diferença entre ser e parecer. O costume!

   A diferença é fora do normal. Sai do comum.

Exige pré-requisitos: paciência, disponibilidade para estar sozinho... e por isso nem sempre medra.

É ambivalente. Há quem sofra por ela e por causa dela e quem a deseje.

Mas nesta coisa de antes de irmos de vez, deixarmos claro que se passou por cá, o melhor é deixar uma marca: diferente.

Não que o normal tenha que ser chato. Há muito diferente que fugindo a isso se torna no seu arquétipo, por força de lhe querer escapar.

   A diferença acha-se sem se procurar. Não exige cuidados. Está à vista. Não é preciso arregaçar mangas. Não  é porque sim, é porque se precisa. Não é diferente quem quer, mas quem necessita.

Pode ser incómoda. E tem engulhos: pode valer ou não valer a pena, moer-nos o juízo, nem sempre vir a calhar, não dar jeito, obrigar-nos a fazer quilómetros, a aprender línguas, ir a sítios, usar o impensável. E acabar pondo-nos de parte.

É tudo menos óbvia. 

É das margens. Dos cantos. Do menos visível. O menos seguido. O menos gasto. O feio não é tanto como julgam, por exemplo.

Não é habitual. Extravasa. Não se contém nem se fica.

É anti. Fora.

Sai dos eixos.

Como adjetivo é sui generis. Particular. Não serve o geral. Não se contenta. É contestatária.

Não é popular e ganha, rapidamente, antipatias. É do que fica para último.

Não cativa.

Na maioria das vezes é ser mais para si do que para os outros. Não se vai pela certa.

Não é tanto um caminho, é mais uma circunstância ou um par delas. Até porque pode ser-se diferente das mais variadas  maneiras: nas cores, atitudes, nas escolhas, na forma de amar, de dizer, de estar ou, simplesmente, ser.

   Às vezes sabe-se porque existe a diferença e a que propósito vem, mas outras nem tanto. É distinta até nisso.

Mas em relação a ela, uma coisa é certa, não podia ser de outra maneira e se pudesse era em tudo diferente. 

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publicado por Carlos M. J. Alves às 07:58


2 comentários

De Lwillow a 25.07.2012 às 20:09

Ninguém se diferencia apenas por querer ser diferente . O que acontece nesses casos é vir a ser-se 'diferentemente igual' .

De LWillow a 25.07.2012 às 20:15

Reparei agora que no meu comentário faltou a palavra 'mostrar' entre a palavra 'querer' e 'ser'. As minhas desculpas pela atempada falta de revisão .

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