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III Fechem as vossas filhas em casa vêm aí os Rolling Stones

Quarta-feira, 21.03.12

 

 

Caro Keith Richards

 

 Poderia aproveitar para lhe dizer o quanto aprecio a sua música e de quanto ela significa e tem significado, ao longo dos anos, para mim. Falar dos seus riffs curtos e sujos. O ímpeto dos seus acordes. E como sigo com interesse as suas melodias. Ou simplesmente da sua atitude cool em aproveitamento Piratas das Caraíbas. Mas não é isso que, realmente, me interessa. Não é esse o caso.

Também não vamos perder tempo a falar do passado. Do sexo, drogas e rock n’roll. Não é fácil ser um Rolling Stone. Esqueçamos as perguntas do género: «Você deixaria sair a sua filha com um Rolling Stone?». Muita água passou por debaixo da ponte. Não vamos enveredar por esse caminho novelístico, EastEnders style.

    Caro Keith, tomei, recentemente, conhecimento de que quando um jovem cavalheiro frequenta a sua casa para relacionamento chegado com a sua filha o presenteia com uma exibição prolongada dos seus dotes no manuseamento de facas, acentuando a sua perigosidade cortante. Mostrando-lhe, presumo, o seu espólio. A sua mestria e fluência intimidatória, o tu cá tu lá poliglota gerador de medo evita qualquer passo em falso por parte do candidato.

Well Keith, my friend, I can relate to that!

Uma filha é, provavelmente, a mulher que nunca seremos. Entregaríamos de bom grado o corpo às balas por ela. É o fruto proibido tocado, somente, por mãos merecedoras (tarde).

É impossível saber quantos dias sobreviríamos sem comer. Dez, onze, doze? Menos? Mas sem elas não nos restaria um minuto. Mas isso fica entre nós.

    Sempre lembraremos aquela queda. Há a cicatriz que a prova.

Nunca nos esqueceremos daquela febre. Há a ruga que a lembra. Cada ferida foi na altura interpretada como se o mundo fosse acabar. São isso os filhos, nós estamos neles e eles estão em nós. Right, Keith?

Nunca teremos a armadura reluzente de cavaleiro mas estaremos sempre disponíveis para lutar com dragões.

    Sempre achei que ter uma filha era algo que nos tornava especiais. Agora tenho a certeza.

That´s my girl! Right, Keith?

É por isso que em certas noites de insónia quando ligo a TV e vejo a publicidade a um faqueiro, especialmente completo, em inox especial e a bom preço dou por mim a pegar no telefone e a preparar-me para a encomenda.

Como diria Bob Dylan (rival?): The times they are a’changing.

E, acima de tudo, Better safe than sorrow.

Right, Keith?

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publicado por Carlos M. J. Alves às 12:33


2 comentários

De Luis Salgueiro a 21.03.2012 às 21:06

Still about Keith Richard and daughters , 'Wild Horses' is a strong emotional song and the lyrics are about the dead and lost of a teenager daughter .

p.s. Keep going Alves !

De Luis Salgueiro a 21.03.2012 às 21:49

http://luis-salgueiro.blogspot.pt/

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