Máquina da Preguiça®
O texto é uma máquina preguiçosa [Umberto Eco]
III A todos um bom 2013!
Autoria e outros dados (tags, etc)
III Adeus e até para o ano
O ano novo é passagem. Folia, excesso e balanço em partes e prioridades de moeda ao ar, com quem importa por perto. Gozar, fruir...
É ser ambicioso entre tragos de champanhe. Convicto, devido às efervescências borbulhantes, de que nada será como até aí.
Vive-se, momentaneamente, de ilusões, em mesas reservadas, ambiente familiar, entre estranhos, aos encontrões, asfixiando debaixo de confettis, sem dar troco à conjuntura, contestando juros, encargos e indisponível para impostos.
É deixar tudo o que não serviu, ficou aquém, deixou muito a desejar de 2012 em WWW desilusões ponto Com e virar a página ou encetar uma folha em branco.
Sem dúvidas seguir em frente. Como se não houvesse amanhã e ainda agora tivéssemos chegado de ontem.
É utilizar o último dia para aproveitar embalagem e ir por aí: empreendendo, conquistando, fazendo, sem hesitações de que se é capaz de ultrapassar até os imponderáveis.
É não economizar nas resoluções e auto-amnistiar as bancarrotas anteriores.
É passar uma borracha no já feito (mal) e começar a prestar contas pelas promessas de sempre e as recentes. Começar a pôr mãos à obra ao "Para o ano vou...", convencido de que "Este é que é!".
Vencer campeonatos à última da hora. Não entrar em incumprimento à justa. Deixar por orçamentar. Ter ganas de dar a volta ao mundo enquanto houver feriados. Abandonar pessimismos. Filar a ocasião para deixar a Troika a definhar. Jurar que é desta que se vai deixar de fumar, ter atenção ao colestrol, fazer por ficar em forma, não abusar da baba de camelo, poupar, mimar os amigos verdadeiros, ter tempo e dinheiro para.
Sentir passa a passa que alguma coisa está a ficar diferente. Achar badalada a badalada que vai valer a pena. Sem querer saber de ressacas. Aproveitar os últimos instantes do ano moribundo para nos declararmos ou apaixonarmos no primeiro minuto do seguinte.
Pasmar frente ao fogo-de-artifício.
Deixarmo-nos de babelas. E ter a certeza de que a hora é perfeita.
O ano novo é oportunidade. É sempre melhor do que qualquer outro. O momento ideal para achar que estamos no caminho certo e temos a pessoa certa para ir por diante.
Somos grandes e temos costas largas. Sentimos a pele a engrossar. Gigantes com três metros e vinte de ombreira.
Não há impossíveis ou metas inatingíveis.
O ano novo é altura ideal para se fazerem e renovarem votos.
Parece que vai ser duro, mas cá estaremos.