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III Auf wiedersehen fase de grupos, olá quartos-de-final, até já meias-finais

Segunda-feira, 18.06.12

São tantos os males que já tenho suportado, tantos os trabalhos, no mar e na guerra! Venha mais este a juntar-se àqueles!

Homero, Odisseia

 

 

Portugal venceu a Holanda, num jogo arbitrado pelo italiano Nicola Rizzoli em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana com 1,5 milhões de habitantes.

Apesar do resultado forreta de 2-1 Portugal, com dois golos de Ronaldo, chega aos quartos-de-final do Campeonato da Europa.

O primeiro objectivo está atingido.

CR7 (de ausente a homem do jogo) & Co, apesar da percentagem menor (42%) de posse de bola em relação aos holandeses (58%), carimbaram o acesso aos quartos-de-final após vinte e dois remates à baliza de Stekelenburg, alguns falhanços de Nani e Postiga e bolas no poste.

Objectivo cumprido.

   No animado quadro sobrenatural, no que diz respeito à confraria de ocultistas premonitórios constituída por polvos, porcos e afins, destaca-se agora Quinas, o crocodilo.

O resultado confirma, aliás, a aposta ganha em Quinas, um crocodilo moçambicano da cidade da Beira que garantiu a vitória lusa, pouco impressionado com a falsa partida portuguesa contra a Alemanha.

Nem porco, nem polvo, portanto…

Ganhando em potencial lagareiro, o que deixou escapar em possibilidades de adivinhação, para trás ficou o polvo Paulo.

Apesar de ter acertado no resultado contra Alemanha, que no confronto com a Dinamarca não se poupou a esforços para garantir a vitória frente aos escandinavos.

No entanto, uma palavra de apreço para si, pois enquanto tag da Máquina da Preguiça aparece, largamente, à frente, por exemplo, de Homero no que às visualizações diz respeito.

   De um ponto de vista meramente gastronómico, para aumentar o apetite para o que aí vem, podemos dizer que os quartos-de-final exigiram espremer a laranja, mas as meias-finais implicam dar conta de porco assado, com couve e bolinhos.

   Depois da Holanda venha a República Checa.

   Até já, meias-finais.

   A Odisseia continua.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 09:59

III É favor não fumar na bomba de gasolina

Sexta-feira, 01.06.12

Os homens são como as ondas,

quando uma geração floresce,

a outra declina.

 

Homero

 

 

O depósito ía a meio quando reparei que num carro próximo, disputando comigo a vez, um sujeito impaciente fumava ostensivamente, lançando desrespeitoso a cinza para o exterior, iletrado perante a sinalética de segurança, peremptório na sua arrogância e pronto para deitar borda-fora em incandescência o cadáver do seu vício.

A estupidez tem cheiro e pode muito bem ser a gasolina misturada com tabaco!

Comuniquei ao funcionário a míopia no que ao civismo dizia respeito do indivíduo e paguei.   

Irritado e pouco propenso a grandes reflexões, ainda assim, lembrei-me de um dos recentes artigos de Clara Ferreira Alves (CFA) que no Expresso, como a autêntica Pluma Caprichosa que costuma ser, se debruçou sobre a actual situação grega. Ich bin grega, dizia.

A apatia geral. O desgoverno. A corrupção. A especulação imobiliária nos pontos mais turistícos. A falta de escrúpulos. Os carros estacionados nos passeios. E a indiferença moral em relação a tudo isso. O laissez-faire generalizado. A Grécia que nos civilizou, nos deu a democracia, a filosofia e a maneira de nos entendermos vive num desinteresse crescente. Num “nada a perder” ou “deixa andar”. Mais pobre.

Semelhanças connosco? Sim. Óbvias. Um cenário que, em grande parte, nos faz lembrar o Portugal subserviente às exigências da Troika, como admitia CFA. De gente antipática desrespeitando o que encontrar pelo camindo (o seu). Onde calha. Em lugares de destaque ou enquanto atesta o carro. Fazendo vista grossa à dignidade alheia.

   Foi de tudo isso que me lembrei na bomba de gasolina. A Europa e a Grécia e Portugal, em particular, estão mais pobres. Por ironia, “pobre” resulta de duas palavras helénicas “penef”, remetendo para um viver modesto e aliado ao necessário e “ptohoi” para a mendicidade ou inexistência de sustento.

É quase institiva a raíz grega. Congénita. O berço civilizacional grego foi pródigo. Irreconhecível na actual Grécia de que fala CFA. Também podíamos falar no caos presente, do grego “kháos”.

Não é precisa tradução, pois não?

Já falência, palavra de uso recorrente, tem o passado latinizado em “fallentîa” e aponta, entre outros significados possíveis, para a falta.

E é notório que há muito a faltar-nos. A ruína económica estendeu-se à dos valores.

Isso é evidente até numa simples bomba de gasolina.

Mesmo antes de pagarmos o combustível, cujo preço nos coloca automaticamente no nosso devido lugar europeu.

Partilhado, obviamente, com os gregos.

Um universo paupérrimo, sem favores especiais para quem já deu mundos ao mundo e incapaz de se compadecer com berços.

Bem lá no fundo.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 21:06





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