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III A sorte

Sexta-feira, 29.06.12

Muito se tem falado dela, a propósito do que se passou antes e depois de Donetsk. Em relação à sorte…


 

não se conhece receita

já tem dado jackpot

passagem

pontos

há a de principiante

a do jogo

há quem tenha muita

a dos campeões é uma estrelinha

diz-se que favorece os audazes

às vezes é supersticiosa:

alguns apostam sempre nos mesmos números

outros batem na madeira

cruzes canhoto

por vezes é pouca

às vezes falta uma pontinha

é inexplicável

há que fazer por ela

em certas alturas é madrasta

nem sempre se pode contar com ela

desconhecemos quando surge o seu auxílio

ou quando irá terminar

nem sempre aparece

nem se sabe quando isso irá suceder

faz a diferença

não é para todos:

nuns casos manda à barra, noutros ajuda a entrar

dizem que azar no jogo, sorte no amor

nem sempre é merecida

às vezes aparece no último instante

outras vai contra a corrente

em relação à sorte, ela também conta

mas, no que respeita a penáltis, nem é bom falar nisso

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publicado por Carlos M. J. Alves às 10:00

III Àcerca da vitória...

Quarta-feira, 13.06.12

Agora que andamos com a cabeça encafuada nos resultados do euro 2012 talvez valha a pena perder um pouco de tempo a pensar naquilo a que todos aspiram: a vitória.

E porque hoje frente à Dinamarca só ela nos interessa, ficam algumas notas:


 

a vitória é impositiva

mais do que a menina da caixa quando insiste: «Não vai precisar de saco? Não vai precisar de saco?»

às vezes é só moral

em relação à vitória há as que sabem a pouco

as sofridas

as que não se esperava

as que não se conseguiram, mas com que se contava

e as com que se contava

há, também, aquela que fica à espreita

a pequena e a grande vitória

a vitória de todos

e a da arma secreta

a conseguida no último momento

a rápida

provavelmente todas valem o mesmo, mas há umas mais saborosas do que outras

umas são justas e outras não

algumas vitórias nunca acontecem

umas acontecem sem preparação

outras foram profundamente planeadas

certas não são aquilo que estávamos à espera

umas empolgam-nos mais do que outras

outras entusiasmam-nos para novos voos

algumas são mais importantes do que outras

umas têm um espírito «tudo pára quando a gente faz amor»

outras «no future»

ou por mais 50 euros levos as maiores

umas acrescentam um elã

outras são a feijões

todas são preferíveis à derrota

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publicado por Carlos M. J. Alves às 09:36

III Portugueses do it better

Sábado, 09.06.12

[Lista para reforço da auto-estima, antes do jogo contra os alemães que, por questões de modéstia é reduzida.]

 

 

porque em algumas circunstâncias mais vale um português explícito do que um inglês pudico

além de que um português, é imprevisível: joga ao ataque, mesmo quando devia permanecer na defesa

porque os italianos andam enganados e a viver de créditos alheios

os espanhóis é mais touradas

os franceses ainda não ultrapassaram o trauma Sarkozy

os portugueses são inconscientes

aventureiros

porque ser desenrascado acaba por compensar

as saudades são tramadas

a tradição ainda é o que era

contra factos não há argumentos

cada um é para o que nasce

um povo que com uma caravela exígua alcança qualquer parte do globo dá garantias

se queremos alguma coisa bem feita é melhor sermos nós a fazê-la

a experiência é madre todas as cousas

os portugueses conseguem, facilmente, pôr maus resultados em perspectiva

ambicionando laranjas doces são especialistas em fazer limonadas refrescantes de limões ácidos

acham-se melhores do que, realmente, são

e a arrogância tem o seu quê de afrodisíaco

em cada português um special one

os portugueses trabalham bem sobre pressão

estão habituados a desbravar locais onde nenhum homem esteve antes

ficam altamente motivados quando as coisas lhes interessam

adaptam-se, rapidamente, a situações adversas

os portugueses sempre consideraram que tudo o que vem à rede é peixe

podem nem sempre ser meigos, mas vão ao que interessa

tudo aquilo a que se propõem fazem bem

os alemães têm mais com que se preocupar

somos conhecidos por não deixar nada a meio

não poderia ser de outra maneira

 

Quem conseguir que prove o contrário!

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publicado por Carlos M. J. Alves às 10:00

III Um blogue é...

Terça-feira, 05.06.12

Após alguma análise e tendo em consideração o rescaldo dos últimos meses, considera-se que um blog é:

 

um tópico de conversa

uma desculpa para não participarmos mais nas tarefas domésticas e irmos buscar os miúdos à escola

um hobby de que mais gente tem conhecimento

uma maneira de nos sentirmos importantes

de podermos tratar por colega Pedro Santana Lopes

de ficarmos a achar que sempre que publicamos pomos o dedo na ferida

de adiar fazer o que é inevitável

de nos convencermos que há gente interessada em que partilhemos as nossas opiniões

devido ao ponto anterior justificarmos gastar mais dinheiro em revistas, jornais, CD’s,  idas ao cinema, teatro, exposições, viajar mais frequentemente

uma razão para consideramos a compra de um PC melhor

uma oportunidade para dizer que nos movemos nos mesmos círculos que Pacheco Pereira

um modo de angariar rancores por causa do número de visitas

ter obsessões com fontes

hesitações em cores

e quanto a que tags incluir

quem permitir deixar comentários

incluir ou não participações

que widgets disponibilizar

a única maneira possível para usar palavras como post

de poder usar desculpas como: tenho que ir tratar do meu layout; preciso de ir mudar a template; tenho uns comentários para moderar

um pretexto para fazer menos desporto

uma esperança de que alguém nos acabará por convidar a escrever nalgum sítio que valha  a pena, sobre alguma coisa que importe

o que provaria que não é uma perda de tempo

        …

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publicado por Carlos M. J. Alves às 10:00

III Música para o fim do mundo

Sábado, 19.05.12

Sem música e livros ficaríamos com mais horas por preencher.

No que me diz respeito estou completamente tranquilo. Já abasteci a minha biblioteca e se o mundo acabasse amanhã não me faltaria banda sonora para preencher os momentos finais. Em vinil, compact disc, MP3, Flac, Cue, Ogg… pelo sim, pelo não, tenho, também, algumas caixas com as temporadas completas das minhas séries favoritas.

É impossível determinar quanto tempo demorará o fim do mundo! É melhor precavermo-nos.

   Posso ironizar quanto à roupa adequada para a ocasião. Hesitar quanto à última refeição. Mas no que diz respeito a música… musicalmente estou preparado tanto para o fim do mundo, como para as mais variadas hipóteses extremas: do acabar numa ilha deserta, a uma invasão marciana, ao reaparecimento dos dinossauros ou queda de meteoros que nos fará regressar a uma idade do gelo.

   Pelo sim, pelo não ando sempre com CD’s à mão. O telemóvel tem gigas de Mp3. Não saio de casa sem o Ipod. Estou a postos.

   Com tantos anunciadores de apocalipse, temo que algum irá acertar. E um destes dias, quando não estivermos a contar… zás!

   Quero estar salvaguardado. Com música a jeito. Musicalmente estou prevenido para o fim do mundo. Quero que isso fique bem claro! Ao contrário da economia portuguesa, já elaborei um plano B. A minha estratégia de salvação passa pela britpop, vai até ao clássico, faz diagonais no Jazz, inclui música portuguesa, lateraliza na World Music

   E você está preparado para o fim do mundo? Musicalmente falando, claro? Ainda há tempo!?

De memória posso deixar algumas sugestões… coisas que tenho nas prateleiras do meu plano de contingência:

 

 

MILES DAVIS

1949 – The Complete Birth Of The Cool

1970 – Bitches Brew

1983 – Star People

1984 – Decoy

1985 – You’re Under Arrest

1986 – Tutu

1989 – Aura

        1989 – Amandla

 

 

HERBIE HANCOCK

1965 - Maiden Voyage

1973 - Head Hunters

 

 

        THE BEATLES

1965 - Rubber Soul

1966 - Revolver

1967 - Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

1967 - Magical Mystery Tour

1969 - Abbey Road

 

 

        DAVID BOWIE

1969 - Space Oddity

1970 - The Man Who Sold the World

1971 - Hunky Dory

1972 -The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars

        1980 - Scary Monsters (and Super Creeps)

 

 

        PATTI SMITH

1975 - Horses

 

TOM WAITS

1980 - Heartattack and Vine

1983 - Swordfishtrombones

1985 - Rain Dogs

1987 - Franks Wild Years

 

 

FRANK ZAPPA

1976 - Zoot Allures

 

 

Nota: o fim do mundo é uma coisa séria. Uma lista para os últimos dias não é fácil. Aceitam-se propostas.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 14:01

III Já quis ser...

Segunda-feira, 14.05.12

Depende. Varia. Muda-se de ideias.

Algumas são estranhas. Do género: #$£∑w*Ø≈?@ 7

Não há impossíveis. Ou não parece.

Fazendo um balanço, nalguns casos embaraça-nos voltar a pensá-lo.

Há quem goze.

Esquecemo-nos. Outras vezes não. Nas restantes é o melhor.

Para o conseguir não basta ser crescido.

Nem sempre é relevante. No entanto…

Cada um sabe de si. Não vale copiar!

Fica a minha lista [resumida] do que já quis ser. Subtraindo os suspeitos do costume.

Semelhanças são mera coincidência. Mas vale na mesma!

 

outra coisa

não podendo sê-lo

uma Pop Star

guitar hero

escocês

(in)justo

isento

capaz de rogar pragas

imune

de ideias fixas

fora-da-lei

mais crédulo

imperturbável

alheio

herói

finalista

totalista

vencedor na lotaria

adepto do clube campeão

capaz de olhar em frente

optimista

vidente

capaz de encontrar a medida certa

mais velho

capaz de dizer não

bigger than life

super-herói

cavaleiro de capa e espada

capaz de caçar encontrar Moby Dick

bom a arranjar tempo

Mickey Rourke em 9 ½ weeks

Daniel Day-Lewis em The unbearable lightness of being

Marlon Brando em On the Waterfront

garimpeiro

fabricante de obras-primas

tanta coisa ao mesmo tempo

mas o que eu gostava mesmo era

 

 

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publicado por Carlos M. J. Alves às 12:10

III Já me apeteceu...

Terça-feira, 08.05.12

[Lista censurada]

 

roubar laranjas

ficar a dormir durante o horário de expediente

mudar o nome às coisas

marcar cartas

viciar dados

ir a festas sem ser convidado

apanhar comboios sem saber para onde íam

armar em Tom Waits

ver só cinema italiano

inventar poções

lapidar diamantes

plantar um pinhal

dar um murro a alguns idiotas

saber quanto tempo me resta no planeta

nascer outra vez

realizar um filme série B

não me preocupar com o sentido das coisas

acabar com os pessimismos

criar fortuna

não me inquietar com consequências

riscar a palavra ridículo do meu vocabulário

abrir um restaurante de tapas

(não) ir em conversas

deixar-me de cepticismos

acreditar em improbabilidades

deixar andar

passar das palavras aos actos

 

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publicado por Carlos M. J. Alves às 11:00

III Afinal, quando morre a esperança?

Sábado, 05.05.12

[Lista (resumida) de esperanças imprescindíveis]

 

Em época de crise o que nos resta é a esperança. É verdade que não garante, mas funciona às mil maravilhas.

   Quando nos questionamos sobre como vão correr as coisas, se daremos de caras com Hate mail, com os burros na água, ou se elas vão melhorar, temos esperança.

É inerente. Todos temos telhados de vidro. Não é feitio é natureza.

A esperança é um “talvez te safes”, um “pode ser que gostem de mim”.

Há em nós um esperançoso, confiante, no cumprimento do acordo, ou em escapar à justa.

Vive-se na corda bamba da expectativa.

Ela é a última a morrer. Longevidade de Matusalém. Quando tudo termina, ainda por cá anda.

Não se sabe de onde vem e para onde vai. Desde que vá por aí. Por onde mais nos convém.

Tem tipo de playoff. Ou salva todos.

   Dão-se alvíssaras a quem souber a duração média de uma esperança.

E, já agora, quando é melhor vermo-nos livre dela.

Como sabemos que já não vale a pena?

Pistas, por favor! Já agora, ficam só algumas

 

ESPERANÇAS A TER POR PERTO

o paraíso, se valer a pena como dizem

o chapéu de chuva nem sempre é a melhor opção

um dia haverá um frango com pelo menos quatro pernas

as sogras justificam-se

mesmo se o cogumelo atómico estiver sobre a nossa cabeças, as coisas acabam por ficar melhores

na mebocaína

na palavra dos outros

na invisibilidade quando não queremos ser vistos

embora a manifesta falta de evidências que, connosco, será diferente

nas certezas do borda d’água

a eficácia dos rebuçados do dr. Bayard

os pombos não vão estar na estátua da praça

não há relação entre a ingestão de chocolate e o aumento de peso

ninguém vai reparar

ninguém quer saber

nem se dá conta das olheiras

a tinta para o cabelo, apesar de mais em conta, é boa

vai haver estacionamento (ou algo aproximado)

o arrumador não está ali pela moeda

o indivíduo que tem o alicate é MESMO dentista

ainda há bilhetes para a final

vai haver uma segunda data para o concerto esgotado

apesar de #*■≈∑Ø#|$#!, amanhã não vai haver ressaca

a última senha é minha (essa é a única razão porque resolvi correr)

a brigada de trânsito não vai estar no sítio do costume (três anos são mais do que suficientes)

vou encontrar uma promoção a um euro, cada volume, das obras completas de Jorge Luís Borges

fumar, afinal, faz bem a…

este é o meu último cigarro (depois se verá)

um político que minta menos um poucochinho

as mulheres não se preocupam com a desarrumação

o amor é para sempre (ou um bocadinho menos que a eternidade)

é suficiente ter boas intenções (e não vale a chantagem do inferno)

a nódoa não vai deixar mancha (ou passará despercebida)

os prazos são irrelevantes (para mim)

o episódio não irá terminar assim que eu me sentar no sofá

a chuva só molha mesmo os parvos (e eu estou seco)

as esperanças, tal como os sonhos, concretizam-se e não é preciso estar a dormir

Tudo vai correr bem.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 10:00

III Perdoar ou não perdoar?

Segunda-feira, 23.04.12

[Lista (provisória) de imperdoáveis]

 

Perdoar ou guardar rancor?

Desculpar ou levar a mal?

Dar a outra face ou oferecer as costas da mão?

“Paciência”, “não faz mal”, “fica para a próxima” ou “cá se fazem, cá se pagam”?

Favas contadas ou vingança servida fria?

Um D. Corleone vingativo, um Tony Soprano pronto a fazer estragos ou Dalai Lama perdoando a ocupação do Tibete?

 

NÃO PERDOO

os ataques às Torres Gémeas

subsídios anulados

ordenados cortados

feriados ao fim-de-semana

finais desperdiçadas

fazerem-se à falta

derrotas consentidas

pontos mal perdidos

críticos que parecia que tinham lido a obra

realizadores que fazem filmes que não são para serem vistos

escritores com livros que prometem até ao fim

intelectuais que se armam

liberais fundamentalistas

chatos que metem conversa

engraçados sem sentido de humor

gente que se deixa comprar

que não se importava de vender

que gosta de aparecer

subsídios para os amigos

cargos para os conhecidos

uma mão lava a outra

previsões que não se confirmam

promessas que não se cumprem

desculpas que não se evitaram

sugestões desnecessárias

reparos despropositados

pratos que não ficaram iguais ao livro de receitas

médicos que vão chegar atrasados

que, afinal, vão ter que desmarcar

consensos impostos

bem intencionados

políticos que dão impressão de serem diferentes

fico-lhe  a dever…

não faz mal, pois não?

posso ajudar?

vizinhos que acordam cedo ao domingo

que lavam o carro à frente do prédio

voluntários para ajudarem na manobra

impacientes na fila de atendimento

automobilistas nervosos

shampoos que, afinal, ardem nos olhos

iogurtes quase sem pedaços

rotinas que são vidas

destinos que no folheto eram de sonho

rodeios glico-doces

detergentes que não tiram nódoas

promoções que saem mais caras

descontos que são só no caso de…

períodos de carência

exigências de fidelização

doses que, afinal, só dão para um

chuva nas férias

anúncios de higiene íntima

máquinas de barbear que parecia que cortavam à primeira passagem

calças que, bem vistas as coisas, ao contrário do que dizia o anúncio precisam de um rabo bem feito para assentarem na perfeição

não ser o quinto zepellin

        …

Não me levem a mal.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 20:19





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