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III Porque no se callan?

Quinta-feira, 28.06.12

Sim, perdemos. Ficámos a 90 minutos de Kiev. Travados pelos penáltis. Na lotaria calhou-nos jogo branco. Não saiu o nosso número da sorte.

Caímos. Como uma grande equipa. É unânime.

“Campeões de quê?”, perguntamo-nos em relação à Espanha.  

Festejem, mas baixinho. Sem exuberâncias. Eramos para ser nós!

Mas, não vamos estar na final.

Acordámos com um gosto amargo. A precisar de confirmar o resultado. Um mal-estar generalizado.

   Tal como ameacei estou de trombas. Vou andar amuado durante semanas. A compostura foi-se. Tenho vontade de armar barraca. Não consigo estar calado.

Mas, por mim mal terminasse a final do Euro 2012 começávamos, imediatamente, outro Campeonato da Europa.

Apesar de o Euro 2012 ter tido para nós manigâncias de “quase”. Não é mau. Alturas houve em que nos ficámos pelo “Já está?”. Participação de “toca e foge”. Esses dias ficaram, felizmente, para trás.

   Fizemos boa figura. Há sentimento de missão cumprida. Também somos bons. Começámos mal e com polémicas, mas melhorámos de jogo para jogo. Fomos inteligentes. Organizados. Houve união. E entreajuda. Paulo Bento pegou num grupo de talentos individuais e transformou-o num colectivo unido, em espírito amigos para siempre. De um balneário desunido para uma turma de adolescentes endiabrados acabados de chegar de uma viagem de fim de curso inesquecível.

   Pusemo-nos a jeito para sermos campeões. Ninguém tem dúvidas. Mas, acabámos na trave em Donetsk. Azar?

   O Euro nunca devia de acabar. De 2012, passava a 2013, depois a catorze. Dígitos substituindo dígitos. Prazos adulterados. Contabilidade corrompida.

Por mim mal terminasse o Euro 2012 começava, automaticamente, outro.

Com o Euro a gente esquece-se. Andamos mais animados. Orgulhosos. Auto-estima em alta. O hino arrepia-nos. Portugal é uma coisa boa. Dez milhões de talentos. O segredo mais bem guardado da Europa.

Com o Euro andamos cá por cima. Ultrapassamos a Inglaterra, França. Fazemos tombar a Holanda e a Dinamarca. O Euro põe-nos no topo do mundo.

Somos da malta. Andamos lá pela frente. Favoritos. Temíveis. Pomos em sentido os suspeitos do costume.

Também temos equipamentos bonitos. Autocarros à maneira. Somos populares. Todos nos querem para a fotografia. Não nos faltam namoradas.

Têm medo de nós. Ameaçamo-los com Ronaldo e eles tremem. As estatísticas não nos intimidam. Défice só existe o de tempo suficiente para marcar mais. Dizem bem de nós. E acham que nós somos a considerar.

Quando o Euro acabar voltamos ao lugar habitual. Lá para trás. Metas para cumprir. Austeridade. Taxas. Impostos. Voltarão a ser palavras de ordem.

Esquecemos os lances duvidosos. Os remates. Os cruzamentos. Os livres. As defesas impossíveis.

Voltaremos a andar aflitos. Sem esperança. Fartos. Pobrezinhos. Saturados da conversa do costume. As tristezas até parece que ajudam a pagar as dívidas.

   Mas deixemos isso para depois. Para quando tiver que ser. Hoje, ainda, é dia de rescaldo.

   Outro Euro, se faz favor. Mas sem penáltis.

 

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publicado por Carlos M. J. Alves às 09:13

III Selecção nacional: o último ensaio

Domingo, 03.06.12

Apesar da nota máxima de Paulo Bento aos seus inexcedíveis jogadores, Portugal foi batido por 1-3 pela Turquia, tendo «cometido ALGUNS erros», fim de citação.

   Segundo Cristiano Ronaldo, que falhou um penálti, a maré negra vai dar lugar a uma onda positiva, ajudando a enfrentar um grupo onde se encontram selecções que estão entre as dez melhores do ranking (a Holanda, por exemplo, ganhou 6-0 à Irlanda do Norte e 2-0 à Eslováquia nos jogos de preparação para o Euro 2012). Digo eu.

   No entanto, em relação ao desaire da selecção no jogo de preparação com a Turquia penso que se como se julga o ensaio geral for um pronúncio acerca do sucesso ou insucesso da estreia e quanto pior o antes melhor o depois, não temos nada a temer: o Euro 2012 é nosso. Podem, pois os adeptos ter confiança (que parece ter atingido um nível baixo) na equipa de Paulo Bento, como aconselhou Raúl Meireles, no final do encontro com os turcos.

   De todo este período com assobios, maus resultados, "alguns" erros (grosseiros na defesa, meio-campo pouco consistente e um ataque perdulário) e polémicas q.b penso que o que ressaltou de mais positivo foi a coreografia inspirada, elaborado pelos funcionários do quartel-general da selecção em Óbidos, homenageando os jogadores lusos. Nem o coreógrafo Rui Horta conseguiria melhor. Compare-se, por exemplo, com as suas Lágrimas de Saladino que apresentou no CCB.

   De qualquer maneira, com estes últimos desenlaces (resultados e a incerteza acerca da recuperação do extremo Nani) julgo ser importante confirmar os resultados dos jogos que se avizinham com o polvo Paulo, não vão surtir algum efeito.

Continuamos a perder com a Alemanha?

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publicado por Carlos M. J. Alves às 12:21

III Portugal: a selecção que vale um país

Domingo, 27.05.12

Os mais de 330 milhões de euros que, contas feitas, vale a Selecção Portuguesa de Futebol não foram suficientes para ir além do empate a zero com a modesta Macedónia, no jogo particular de preparação para o Euro 2012, em Leiria.

   Falta de fluidez. De velocidade. De concretização. Ritmo lento. E sem brilho.

   Antes o esquecimento de Paulo Bento e posterior chamada polémica de Hugo Viana ao grupo (instalado no Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, onde a diária da Selecção Nacional custa cerca de 33 mil euros). Agora, um começo que não entusiasma. Assobios para uma tarde sem glória no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa [valeu a boa assistência].

   Melhorar, melhorar, melhorar será o caminho para uma Selecção que nos habituou a sofrer, sofrer, sofrer.

   Mas, devido ao que vale, apesar do resultado neste penúltimo jogo de preparação para o Euro 2012, aconselha-se o benefício da dúvida.

Até porque a Alemanha, também do Grupo B, sentindo a ausência dos jogadores provenientes do Bayern de Munique foi surpreendida no jogo de preparação com a Suíça (5-3).

   Desculpas de sempre para justificar problemas antigos? Talvez!

Mas, é que esta selecção totaliza mais, muito mais do que 330 milhões de euros. E não estou a incluir o Jaguar XJ de Supersports de João Moutinho (cerca de 190 mil euros), o Bentley Continental GTC de Quaresma (que ultrapassa os 230 mil euros), o Mclaren MP4-12C do central Ricardo Costa (no valor aproximado de 200 mil euros) ou o Porsche Panamera de Hugo Almeida (que ronda os 200 mil euros). Nem mesmo se olha ao gosto comum pelas malas, mochilas, nécessaires, bolsas ou trolley da marca francesa Louis Vuitton e da italiana Gucci.

Esta Selecção vale um país.

E isso é mais do que suficiente para fazer sonhar.

Pelo menos para mim.

E, além do mais, como é sabido, os sonhos não têm preço.

Será?

É que segundo o Banco de Portugal, um quinto dos portugueses vivem em situação de pobreza.

E se ontem foi dia de jogo da Selecção, hoje é dia de Banco Alimentar.


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publicado por Carlos M. J. Alves às 10:05





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