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III Monday blues

Segunda-feira, 04.06.12

Monday you can fall apart
Tuesday, Wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
It's Friday I'm in love

The Cure, Friday I'm In Love

 

Sim, é outra vez segunda-feira! Cada nova segunda-feira é uma espécie de retorno ao lugar do crime. Um monstro voraz que volta ao sítio do costume para nos devorar.

   Monday morning is a very difficult day, dizia Snoopy. Concordo!

Uma espécie de ano inteiro para cumprir em 24 horas. Acrescento!

   A segunda-feira assemelha-se a uma tomada acidentada da Bastilha. Preparados, mas pouco convencidos, avançamos resignados para ela.

Uma fatalidade. Um destino com dia marcado. Um X assinalando um tormento semanal.

   As segundas-feiras deviam ter honras de requiem pelo fim-de-semana. É um respeito que se exige pelo que representam.

   À segunda-feira sinto-me órfão. Oliver Twist choroso. Aluado. Mal o despertador toca.

   No que à localização concerne, a segunda-feira está encavalitada entre o fim-de-semana e o que resta da semana. Está geo-estrategicamente numa situação difícil. É um enclave.

Contra a nossa vontade cedemos-lhe. Levantamo-nos. Olhamos para a cama e guardamos mentalmente um cantinho jeitoso. Para o próximo fim-de-semana.

   É mais difícl sobreviver a certas segundas-feiras do que a um tornado de média intensidade. É uma aragem comparado com o cataclismo que é a segunda-feira. Está acima das nossas forças.

   Cada um tem a sua própria definição. Para mim a segunda-feira é uma enxaqueca com veemência dolorosa equivalente ao esmagamento de um membro. Na escala de Richter própria para as enxaquecas é um terramoto gigantesco. Sem Aspirina conhecida. Imune ao mais poderoso analgésico. Com séculos de experiência e plena de vitalidade.

   Devia ser abolida. Como uma qualquer forma de escravatura. Uma sociedade sem segunda-feira é uma sociedade que progrediu. Mais evoluída.

   Devia prescrever como uma penitência já cumprida. Ser-lhe retiradas horas. Passar a ser um meio-dia. Sempre ajudava. Chegava-se mais rapidamente à terça-feira. O que era praticamente meia semana.

   Ainda estou para conhecer alguém que chegue perto de mim, gritando entusiasta:

   Iupi, hoje é segunda-feira!

   Se há petição que valia a pena era uma com vista a acabar com as segundas-feiras. Ou, pelo menos, tantas quanto se conseguisse.

É difícil. A tradição nalgumas coisas ainda é o que sempre foi. A segunda-feira é um aquecimento para o fim-de-semana. O que faz com que seja o dia mais importante. Tal como o pequeno-almoço é a refeição. Ser o primeiro dia ou a primeira refeição ganham estatuto vital.

   Em termos de dias da semana a segunda-feira não é uma primeira opção. Espero que o sentimento de rejeição conduza à desistência. Ao abandono.

   Odeio a segunda-feira. Consigo viver com a terça. Não tenho nada a dizer da quarta ou da quinta e a sexta até nem desgosto. Para não falar do fim-de-semana acerca do qual sou completamente favorável, mas a segunda…

A que me preocupa é a que tenho pela frente.

   E é por todas essas razões que, para mim, hoje continua a ser Domingo.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 11:11





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