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III Sobrevivência só no Discovery Channel

Segunda-feira, 25.03.13

There is little faith involved in setting out on a journey where the destination is certain and every step in between has been mapped in detail. Bravery, trust, is about leaving camp in the dark, when we do not know the route ahead and cannot be certain we will ever return.

Bear Grylls, A Survival Guide for Life


Em relação ao desenrolar da lei do mais forte, fico nos bastidores.  Adapto-me, mas de forma contida e discreta. Evoluo timidamente. A minha capacidade de sobrevivência fica-se pelo teste à tolerância à lactose e pelas séries televisivas.

  Desenvencilho-me bem em ambiente controlado. Pior sem aspiração central, mas com desempenho superior ao que teria se tivesse de enfrentar cordilheiras ou abismos. Não sinto o chamamento da mata. Fico-me pela temperatura amena amavelmente proporcionada pela General Motors com ecossistema desinfestado de pragas e a milhares de quilómetros de distância da selva ou tundra mais próxima. Depois de descontados os bisontes, o cheiro à terra  molhada de um vaso na varanda é idêntico ao das grandes pradarias.

  A minha luta contra a humidade está desumidificada. Pluviosidade anormal, erupções, enxurradas e ser comido por leões esfomeados constam dos meus cuidados a ter com uma sinusite crónica.  Malária, anacondas, jacarés, piranhas e tarântulas não me assustam graças à empresa que coordena o condomínio. E deposito, confiante, o meu bem-estar nas lentes e no zoom das câmaras de vigilância.

  A minha virilidade não fica afectada só porque caminho descalço sobre parquet confortável e não sob areias movediças ameaçadoras. Quem precisa de ser aventureiro, passar por privações e ser mordido por mosquitos quando tem o Discovery Channel?

  Saber-se longe dos Alpes e das florestas da Costa Rica deixa tranquila qualquer pele a precisar de cuidados especiais.

  Conheço bem o meu norte e a minha auto-estima não fica comprometida porque não tenho a circular no meu sistema um cocktail de vacinas com consistência de  Mojito e coloração de Bloody Mary

  As minhas ameaças naturais residem nos clássicos sertanejos que o meu vizinho aprecia de janela aberta para quem quiser ouvir e no rosa United Colors of Benetton  chinesa com que a sua mulher gosta de aparecer à varanda como se convertesse infiéis. Acrescento um dingo alentejano cujo território preferencial é formado pelo calcário do passeio, mas esse é habitualmente avistado a jusante, na Travessa 1º de Maio, pelo que os meus predadores mais próximos são nota a nota o forró e um robe com as cores do Hades.

  A par da minha grande luta com o mau gosto,  a minha grande dúvida não é como nos programas dedicados ao tema se serei capaz de fazer fogo, defender-me dos animais, construir o meu próprio abrigo ou arranjar a minha comida mas se precisarei de tanta baunilha?

Os meus problemas não são com a desidratação, picadas de insectos ou sanguessugas dando-me caça à hemoglobina mas se prefiro dumplings  ou crepes. 

A minha epopeia desenrola-se entre o sofá da sala e o frigorífico e o contacto com a civilização é mantido via SMS e email. Quando a quero evitar não preciso de ir até ao fim do mundo, desligo o telemóvel.

   A minha segurança depende de Jorge Luís Borges em volumes bastos, riffs indie agradáveis, compactos do Dexter e compotas de frutos silvestres. Eles garantem a minha sobrevivência. Isso mais a rede wireless  a funcionar em condições e sinto-me  a salvo do calor escaldante do deserto de Jalapão e da perigosa vastidão da Patagónia.

Mas tenho consciência de que escapo à justa.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 15:16

III Da marquise para a loja de decoração

Terça-feira, 29.01.13

Em termos de decoração considero-me uma tela em branco. Calcário com potencial para receber uma obra-prima ou barro impoluto. E, por isso, tenho dúvidas quanto aos programas que se lhe dedicam com fé equivalente à da busca do Santo Graal

     Um programa de decoração e remodelação afoita o esteta, abona o pouco prático, enaltece o bibelot, põe-nos a conviver com o enfeite, a fazer combinar o ornato, a desejar viver nas prateleiras da Moviflor e a aparecer nos catálogos do Ikea.

Vê-lo coloca as minhas sinapses em funcionamento flipper. Questiono para onde vai o que existia? Como sobrevive o que fica à chuva? A busca desenfreada pela simetria género irmãs Olsen em coluna de mármore acicata em mim um desconforto incómodo. Não me impressionam as audiências. Não vou em modas.

     Ao cair do pano, quando acabo de ver o episódio fico com a ideia de que tenho domicílio pouco apresentável e cheio de malinas de mau gosto. Habitualmente nasce em mim uma ira estética descontrolada e histérica. 

     Só um programa de decoração consegue meter um Taj Mahal numa arrecadação. Três Rossios numa só Betesga. Um Terreiro do Paço numas águas furtadas. De um T1 fazer um solar ou de uma sala de jantar uma abadia. Ficando, ligeiramente, aquém de uma Torre de Belém à escala.

     É um universo com colaboradores com capacidades de profetas aptos a andar sobre a água e que faz render metros quadrados como quem multiplica pães.

Uma equipa de pedreiros em dinâmica Zumba em vias de metamorfosear um hall de entrada em berçário e dando sumiço ao passado arquitectónico.

Siza e Neimeyer acoplados, com olho para cortinados e renunciando às opções anteriores. Ases da demolição e do trompe-l'œil, sem paciência para arrumos. Capazes de trocar o heliocentrismo pelo geocentrismo só para a varanda ficar de caras ao sol. 

Ou abrir o Mar Vermelho e no intervalo conquistar mais duas assoalhadas. Arautos do quintal subaproveitado, do jardim crespo de erva daninha, do anexo em ruínas.

Gente apta a negociar com a viga mestra. Lançando ultimatos a azulejos e optando pelo open space. Abdicando da lareira e fazendo a garagem debaixo do lava loiça.

Recuperam linóleos a frascos de soro.  Convencem em relação a cores leves por questões de jovialidade e tratam a luz como Visconti captando o essencial. Acrescentam espelhos para dar ares de... alcatifam, derrubam, implodem...

Fazem intervenções venosas ao nível das humidades para desaparecer com o ar de barracolândia. Vidro e aço para modernizar. Cortiça para aportuguesar. Paredes falsificadas. Mais o kitsch, a arte nova, o importado, o arraçado, o "até parece que..."

Tudo em harmonias de Nana Mouskouri aplicável em camadas finas. Contornando canos e instalações eléctricas. Mudando funções e localizações.

Vida mudada, calaftada e em aplicações stencil ou papel de parede lavável. De marquise refeita e em ambiente loja de decoração.

O que mais se poderia desejar?

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publicado por Carlos M. J. Alves às 16:03

III A realidade da política

Quarta-feira, 11.07.12

Boss [aposta do canal Starz] é a primeira série dramática de Kelsey Grammer (o saudoso Frasier), onde este representa o Mayor de Chicago. Criada por Farhad Safinia esta esplêndida série apresenta Tom Kane, o impiedoso Mayor de Chicago como uma figura poderosa, cuja acção se baseia num mandato onde a política se arroga direitos. Privilégios. Atenções especiais. Indultos. Namorisca se necessitar. Prevarica se lhe aprouver.

Há gente a faltar ao prometido. Amigo do amigo.

Um mundo do faz e dá o jeito. De escândalos prescritos. Ou em vias de. Do a mim não se aplica.

Feito de uma mão lavando a outra. De olhar para o lado se for preciso. De tu sabes que eu sei. E não faço nada se tu. Onde as boas acções não passam despercebidas. Um hoje tu, amanhã eu. Ou vice-versa.

De corta-fitas. Assente no deslize. Do orçamento falhado. Do improviso.

Um poder queimando as mãos. Compondo-se por via de terceiros. Um casa e descasa de alianças.

De lavar dos cestos. De faz de conta.

De fumo que todos juram nunca ter dado em fogo.

Onde por vezes se fica com a dúvida se a política em certas alturas não é só a solução mais cara.

   A primeira temporada constituída por oito episódios já terminou e a segunda que terá dez promete, ou não estivéssemos a falar de política.

 

Depois de se ver a Grande Reportagem SIC “Profissão ex-ministro” [de Pedro Coelho e José Silva (imagem) com edição de imagem de Andres Gutierrez] fica-se com a sensação de que a política em Portugal é um purgatório temporário de onde se ascende para um muito bem pago e exclusivo paraíso.

   A reportagem segue o rasto do percurso de meia centena de ex-ministros e ex-secretários de Estado [oito deles foram entrevistados],  depois de terem saído do governo. Detentores de importantes pastas em governos do PS, do PSD e da coligação PSD-PP, nas últimas duas décadas, muitos foram assumindo funções em empresas ligadas a sectores que anteriormente tutelavam: Pina Moura, Ferreira do Amaral, Dias Loureiro, Jorge Coelho... um rol de casos de antiguidades mais ou menos variáveis. No final percebeu-se, claramente, que o rendimento de todos subiu em flecha.

  O trabalho de investigação dos repórteres da SIC permitiu-nos compreender que a política nacional tem potencial de case study,  tal a sua singularidade: o abandono governativo como promotor de sucesso individual.

   Após o exposto e a norte ou a sul das habilitações de Sócrates ou Relvas, a leste de  Guterres a errar nas contas ou a oeste de um primeiro-ministro “indeciso” com datas é fácil justificar a desconfiança política dos portugueses. E ir a banhos em dia de eleições, indiferente aos níveis de abstenção ante a possibilidade de mais uma vez tudo se transformar num talent show em que os finalistas ludibriaram o júri.

 

   Em relação à política, por vezes, é difícil perceber onde acaba a ficção e começa a realidade.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 19:56

III Linda Martini: numa sala de concertos perto de si

Quarta-feira, 16.05.12
Linda Martini_Casa Ocupada

 

Casa Ocupada, que se juntou aos Ep's Linda Martini (2005), Marsupial (2008) e Intervalo (2009) e ao álbum Olhos de Mongol (2006) já tem algum tempo (2010) mas, ainda

 assim, nunca é de mais falar nele.

    Os responsáveis, com raízes profundas na cultura punk e hardcore da década de 1990, são os Linda Martini: Pedro Geraldes (guitarra e voz), André Henriques (voz e guitarra), a ilustradora (exposição Duas Gajas, 60 Desenhos de 2011) Cláudia Guerreiro (baixo e voz) e Hélio Morais dos Paus e If Lucy fell (bateria e voz).

   Na sua força criadora transparecem os Sonic Youth de Thurston Moore, a energia desordenada da linha de Sintra, o inconformismo e a atitude punk e hardcore, onde fizeram escola.

   Com hinos como Mulher-a-Dias (de Casa Ocupada), foram os concertos e a internet (via MySpace) que os divulgaram e que os ajudaram a crescer e a alargar o seu público, tornado-os num dos mais interessantes projectos da música portuguesa. Essa é a razão porque os Linda Martini (segundo consta dos anais, nome de uma amiga de Pedro Geraldes que este conheceu quando efectuou o programa Erasmus em Lisboa) vêm sempre a propósito. O ensejo, no entanto, desta vez foi dado pela participação num episódio do Musicbox Club Docs transmitido pela RTP2.

   Aproveite para os ouvir quando tocarem perto de si. Não dará o seu tempo por perdido. Enquanto isso, para lá das gravações, nos arquivos da rádio Radar é possível encontrar dois podcasts do Programa Fala com Ela de Inês Meneses em que os convidados são Hélio Morais e Cláudia Guerreiro.

Passe palavra. Há coisas que não devemos guardar só para nós.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 17:48

III Bairro Alto aos seus amores

Quarta-feira, 25.04.12

[Provavelmente a propósito do programa A Conversa dos outros produzido pela Buenos Aires Filmes, da autoria de Miguel Braga e com realização de Gonçalo Roquette]

 

Conversa dos Outros

 

A Conversa dos outros é um programa sobre os bairros históricos lisboetas exibido na RTP2.

As pessoas e o seu dia-a-dia. Este domingo foi dedicado ao Bairro Alto. Entre a Escola de Música do Conservatório Nacional e o Restaurante Bonsai. Mas não só.

   Em relação a Lisboa sempre oscilei entre a Graça e o Bairro Alto. Sempre subi e desci o Chiado. E sempre preferi o Príncipe Real.

   Na época em que frequentei o Bairro Alto (o Bairro, como diziam os fiéis) toda a gente conheceu alguém que não devia.

Toda a gente bebeu o que não era preciso (ou era?).

Ninguém acabou uma noite sem uma história. Contando a sua. Ouvindo a de alguém. Fazendo sua a de outro.

Uma frequência feita de bêbedos, algumas prostitutas, revolucionários, inadaptados, estudantes de Erasmus com traços de Ibsen, alunos da FCSH com ares trotskistas de PSR, freaks, chicos fininhos com Ar de Rock


Aos sss pela rua acima

Depois de mais um shoot nas retretes


alternativos de Doc Martin’s ameaçando nas t-shirts Death to the Pixies, gente (muita) de negro, indivíduos cravando cigarros, moedas ou horas, confirmando a pontualidade para encontros marcados ou desencontros quase a acontecer.

Novos e velhos em espírito:

 

Bairro Alto aos seus amores tão dedicado

Quis um dia dar nas vistas

E saíu com os trovadores mais o fado

Pr'a fazer suas conquistas

 

Muitas revoluções foram preparadas, em velhas mesas, entre imperiais. A maioria nunca chegou a acontecer. A juventude tem a maior das facilidades em sonhá-las. Também se escreveram, rapidamente, livros, se pintaram de cabeça quadros fabulosos e se encenaram peças em pouco tempo.

Álcool

Má fama

Becos

Sujidade

Decadência

Romântico

Perigoso

O Bairro Alto era tudo isso. E de todos. Exigia menos do que a 24 de Julho para receber.

Seria Kitsch se alguém se preocupasse com isso e se não fosse só usado, gasto e sem ligação.

Os Rádio Macau cantavam-lhe o Elevador da Glória que levava as pessoas até si. Os Peste & Sida o Gingão, imortalizando-lhe o Sr. Aníbal:

 

Lá os flipers e os matrecos

Comem niqueis de seguida

No Gingão curte-se mais

Só gastamos em bebida

 

Havia o Frágil para que parecesse sofisticado. Mas, não tinha como enganar.

Foi disto que me lembrei quando vi A Conversa dos outros. Recordo-me nitidamente, por isso posso não estar a ser rigoroso.

   Para que serviriam as madrugadas se não existissem sítios como o Bairro Alto?

Como em qualquer espaço mítico no Bairro Alto o tempo é singular. Sei de muita gente que ficou lá para sempre.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 11:09

III É a política estúpido

Sábado, 24.03.12

Durante anos assisti com assiduidade de telenovela a ER (Serviço de Urgência), incluindo dramas e personagens na minha vida. Um misto de exemplo e heroísmo anónimo e abnegado. Salvamentos on the edge.

Preciso da minha dose regular e catártica de life-changing experiences. Desalojando-me do sedentarismo (emocional, profissional). Expulsando-me da comfort zone. Que me leve a um quando for grande quero ser assim ou, no caso, ainda vou a tempo de fazer algo semelhante. Do tipo No Turning Back (BBC one 2010), Portugueses pelo Mundo (sou dos que ficou) ou os projectos made by Laurinda Alves: Portugueses sem Fronteiras ou, mais recentemente, Feitos em Portugal (em exibição ao fim-de-semana na RTP2). São modelos/modos de vida preenchida (celebrando um êxito não obrigatoriamente económico). Currículos ricos. Almas empreendedoras. Fazem mais pela moral do país (em concreto a minha) do que qualquer discurso político. Acentuam um certo gosto em ser português. De que é exemplo o primeiro episódio de Feitos em Portugal com Camilo Rebelo (arquitecto co-autor do Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa) e o segundo com João Catarino (Ar.co e Urban Sketchers), que tem presença nos links (ali ao lado) da Máquina da Preguiça, para facilitar/incentivar as visitas.

    Os programas de Laurinda Alves (já era – ou também era - assim na XIS) vão como o seu blog ao que importa: a substância da vida. O humano que anda esquecido em nós (não vou voltar a falar de ER, Dr. Mark Greene, enfermeira Abby Lockhart...).

    A política portuguesa é a política do gasto incontrolável. Despesismo, despesismo, despesismo. Esfregando-nos na cara o aquém da meta. Da pobreza do PIB. Do défice galopante. Do irremediável. Do inevitável. Da natureza antiga: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governa nem se deixa governar!» (frase escrita por Galba um general romano acerca do que eramos, ainda em génese, sob a forma de lusitanos).

    A política portuguesa é da parceria mal sucedida e indemnizada (em excesso). Da falência (também em excesso). Não encontro aí motivação. Tento percebê-la, mas há algo que me escapa. Fala-se demasiado em corrupção, desvio, etc. Nessas alturas repito para mim: É a política estúpido. Mas nem assim. E como paliativo tipo Just one more fix ligo para a RTP2. Pronto para ver salvar o mundo. Dr. John Carter.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 15:50

III Lembra-se de Laura Palmer?

Sexta-feira, 23.03.12
 

 

 

Longe vão os dias de Twin Peaks. Kyle MacLachlan já não é o agente do FBI Dale Cooper e passou a ser membro do clube das Desperate Housewives (ABC). Embora musicalmente celebrada (a banda Bastille dedicou-lhe uma música com o seu nome), já ninguém chora a morte de Laura Palmer. O luto terminou. Falling into the night. Como inspira(va) a banda sonora da sua epopeia. A vida continua.

    Com o passar dos anos, lançado com o sucesso comercial de Elephant Man (1980), David Lynch, que a criou (com a ajuda de Mark Frost), passou por Mulholland Drive (2001). Tirou fotografias. Fez exposições. Andou pela internet. Abriu um espaço (surrealista?) em Paris (Silencio).

O senhor dos cabelos grisalhos que se sente (não sou só eu que acho!?) em Born to Die de Lana Del Rey (ver post Irmã Lana (Del Rey) abaixo), parece esquecido do fenómeno de culto Eraserhead (1977) ou isso já não lhe interessa. Ficou para trás conjuntamente com o aclamado Blue Velvet (1986). Pelo meio constam Wild at Heart (1990), Lost Highway (1997), o family movie The Straight Story (1999) e Inland Empire (2006).

E ainda arranjou tempo para a música, para lá do que se lhe conhecia da colaboração inspirada com Angelo Badalamenti (quem não se lembra da androgenia de Julee Cruise?) e do flirt musical de 1977 em Eraserhead.

Da maturidade dos seus 64 anos, a solo (embora conte como convidada especial com Karen O, vocalista da banda Yeah Yeah Yeahs, em Pinky’s Dream), temos agora (2011) para audição Crazy Clown Time.

Como em relação aos filmes do norte-americano, primeiro estranha-se e depois entranha-se.

Quando se justifica, Lynch, sussurra como quem é Leonard Cohen. Fá-lo em Stone’s Gone Up. Espacial. Atmosférico em Movin’ On. No geral, como quem diz, pede ou, simplesmente, exige como antigamente: Fire Walk With Me.

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publicado por Carlos M. J. Alves às 16:17





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